quinta-feira, 21 de junho de 2012

Acorda do Sonho e Cai na Real

Ví uma matéria muito legal no Petiscos e decidi compartilhar com vocês que leem o blog. O nome é: 
"A moda é uma filha da puta".
É usando as palavras da mais que gênia Regina Guerreiro, em entrevista para TPM de junho, que eu gostaria de começar a coluna desta semana. Já estava com tudo prontinho na minha cabeça sobre o que eu escreveria nesta segunda coluna aqui no Petiscos, falaria sobre a vida real de uma produtora de moda (tipo destruindo sonhos, sabe?), mas aí enquanto passei uma hora do lado de fora do metrô (aliás, na saída do metrô têm as pessoas mais bizarras, faça o teste e fique sussa uma hora lá e você me dará razão) esperando umas amigas que se atrasaram, resolvi comprar a TPM de junho que já sabia que tinha entrevista com a Regina Guerreiro e uma capa maravilhosa com a seguinte chamada: “O que faz uma top aqui na capa?” (no caso, a Carol Ribeiro).

Bom, vamos ao que interessa! Daí que a Nina Lemos, jornalista do meu coração, começa seu texto com a seguinte frase proferida por Regina Guerreiro: “A moda é uma filha da puta…”. Na hora eu pensei: “Manooo, a Regina é das minhas!” Porque, né, a moda é uma filha da puta mesmo se a gente parar pra pensar. Ficamos desejando algo que teoricamente nunca teremos (só se a gente se matar e passar fome pra ter – falo pras pessoas desprovidas de uma condição financeira que possibilite, aka eu e mais 90% da população). Além de corpos e medidas que nunca alcançaremos e os deslumbrados que tem que consumir determinada coisa para se sentir entendido do assunto ou pra ter algum gancho pra puxar assunto durante os “fashion weeks” da vida e que só querem determinados empregos pelo “status”.

- PAUSA PRA ACALMAR OS ÂNIMOS -

Antes que comecem a meter o pau, eu amo meu trabalho e a imagem que consigo construir com ele. Porém, vejo mais como uma construção de imagem criativa relacionada à arte do que ao consumo, porque pra mim moda é arte!
- VOLTANDO AO TEXTO:
O estilista, por exemplo, você acha que a vida dele deve ser maravilhosa, trampa quando ele quer, só quando tá perto das semanas de moda e blá blá blá… bom, um conhecido meu mandou avisar que é tipo RYSOS, né! Estilista se fode, passa noites em claro, tem a cobrança de fazer um desfile tão bom quanto o anterior, de se superar, de buscar referências novas e um monte de coisa que não vou saber dizer. Em proporções menores o mesmo acontece com a produção de moda. Sempre chegam estudantes de moda, meninas que AMAAAAAAMMMM moda, que só porque acham que um dia vestiram a prima cafona pra ir numa festa são muito estilosas querendo ser produtoras de moda.
Gente, vou falar uma coisa: vida de produtora não é fácil, não se iludam (tem que amar muito pra encarar!). Você vai ter que carregar sacola pesada, não ter vida social, começar foto cedo – às vezes sem pausa pra almoço – sem hora pra acabar, trocar sapato de modelo, ficar horas em pé, separar pilhas de roupas pra devolver… (ok, acabei falando um pouco da vida de produtora de moda). E Regina define isso de forma genial: “…ela com anel de brilhante, querendo fazer produção. Falei: Sabe o que é produção? É jogar água na cara da modelo, passar rodo, se ajoelhar no chão! Eu, com 50 anos, ainda me ajoelhava no chão…”. E é isso ai mesmo! Por isso, a moda é filha da puta, faz a gente criar uma ilusão que na prática é totalmente diferente. Mas o pior de tudo é que a gente é tipo mulher de malandro e mesmo a moda sendo uma filha da puta, uma safada e mentindo pra gente, ainda gostamos e não conseguimos viver sem ela.

Vivendo de Aparência

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